quarta-feira, 27 de outubro de 2010

#Meus Trapos I - Pormenores.



Sim, continuarei a reparar nos pormenores,
ainda que a vida passe demasiado depressa para
que os consiga ver a todos. E assim, se um dia
me perguntarem como era aquele autocarro, terei
algo mais para dizer do que um simples e
desinteressante "era como qualquer outro".
Nunca foi a generalidade que me fascinou,

mas sim, os tais pormenores que marcavam a
diferença. Não só num autocarro, mas em tudo
o que vivi.



Foto: Tirei-a à muuuito tempo, na Avenida que vai dar ao Rossio de Viseu.
Texto: Tambem já o escrevi à muito tempo, mas há coisas que nunca mudam.



Siri Ahcor

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

#Saga Evanescente I, Rubro - Patricia Camargo


E hoje falamos de livros.
Mais especificamente o Livro Rubro, da Saga Evanescente da Patrícia Camargo.
Li sobre ele pela primeira vez sobre a Web novela Rubro, numa comunidade do Orkut. A sinopse despertou-me a curiosidade, e doida por literatura, como sou, não resisti e tive de ler.
Li e fiquei em pulgas pela continuação.
As personagens são do melhor. Os rapazes que são o sonho de qualquer rapariga, que nos fazem sonhar com eles em tanguinhas de peles de animais (tão a ver, mesmo à homem das cavernas?), que nos fazem rir com as suas personalidades únicas. E as raparigas com os seus problemas, uns mais graves e outros mais banais, que qualquer uma de nós poderia ter. Mas mais do que isso, o que realmente me fez ficar agarradinha à história desde à primeira à ultima letra (para alem do Maximiliam Lancastre, obviamente) foi a história. O mistério à volta das personagens, e do próprio mundo onde elas vivem, os segredos que se escondem atrás de cada porta, e o “lixo debaixo do tapete” de cada um, fazem uma pessoa pensar. Desenvolver teorias sobre o que aconteceu no passado, o que virá a acontecer no futuro e sobre o próprio presente. Porque as pessibilades de desfecho da história, de revelação de cada segredo estão todas em aberto e são inúmeras. E, adivinhem só? Nada é o que parece, definitivamente.
Com tudo isto, rendi-me a saga, procurei saber mais e hoje dou por mim a “viver Rubro”, como eu gosto de lhe chamar. Na comunidade oficial da saga, é possível discutir as nossas teorias sobre a história, com outros fãs de rubro, especular sobre isto e aquilo e conviver também umas com as outras (quando o fuso horário o permite, claro). Desde que me juntem ao mundo de Rubro tive o prazer de o ver crescer e de lutar por ele com todas as outras fãs e com a autora também. E só tenho a dizer que é maravilhoso poder fazer parte disto. Da web novela já estamos no livro, que tenho a certeza, não demorará a ser publicado.
Agora do livro, o que posso dizer? Já referi as personagens? Sim (Maximiliam Lancantre em tanguinha de peles de animais, é a melhor visão do mundo.).
A história passa-se num internato para vampiros e dampiros… Sei, agora vocês “tinha de ser a moda dos vampiros”. Não, esta história não é mais uma historia de vampiros e dampiros, até porque, não há só vampiros e dampiros dali, mas isso só se vai descobrindo durante o desenrolar da história. O que a meu ver, não torna a história em ‘algo morto’ (sem nenhum trocadilho devido aos vampiros, até porque os vampiros de rubro também não são bem como os outros, têm as suas diferenças), porque vão sempre aparecendo novas espécies que tornam a história mais rica.
Uma mistura de Crepúsculo porque Rubro também tem uma ‘história de amor’, (ou será que é de ódio e nem nós nem a pobre da Melissa sabemos disso, ainda?), sem o cumulo do altruísmo entediante do Edward Cullen. Um pouco de Vampire Academy, devido aos Dampiros talvez, mas sem aquela confusão de num momento somos bonzinhos, e no outro mordem-nos e passamos a seres maléficos de olhos vermelhos (não que eu não ache esse aspecto interessante, sou fã de Vampire Academy, muito mesmo, mas não gostei quando o Dimitri virou Strigoi e a pobre Rose fez de tudo para o trazer de volta a Dampiro e depois ele vem com aquele que o amor acaba. Três chapadas, era o que ele merecia!). Não, em rubro não há desses Dampiros. Em Rubro, temos Dampiros sexy, fortes, lindos e, o melhor de tudo, não são aquela coisa boazinha sem sal, que protege toda a gente, muito pelo contrário! Temos vampiros hipócritas, ou ex-hipocritas, mas que são os que eu mais gosto.
A história misteriosa e envolvente… de momento a única que me vem à cabeça como termo de comparação é a Conspiração do Dan Brown. Porque ali, também parece haver alguém que decide tudo, que faz as coisas acontecerem… ou melhor, acho que à duas pessoas que decidem tudo naquela história, mas elas não querem a mesma coisa, daí o lado perigoso que nos faz ficar com o coração nas mãos de cada vez que um lado ataca o outro. No entanto, graças a Deus, Rubro não é uma aula de geologia do inicio ao fim (Fui a única que teve um deja vu das aulas de geologia, quando estava a ler A Conspiração?).
Talvez por ter sido escrita por uma escritora bem jovem, a escrita não tem daqueles palavrões que nos fazem ter de ir ao dicionário procurar o significado. A Patrícia consegue, em palavras simples e qualquer pessoa normal usa e entende, descrever lugares, pessoas e situações tão bem, que é fácil visualizar o desenrolar da história na nossa mente. E as expressões típicas da adolescência usadas pelas personagens, fazem com que seja fácil integrarmo-nos no mundo deles.
Por falar em “desenrolar da história”, estão a ver House of Night? Não tenha nada contra, tirando o facto de haverem mil rapazes apaixonados pela mesma rapariga e dessa rapariga chegar ao cumulo de andar com 3 ou 4 ao mesmo tempo (não acho isso um bom exemplo para o publico que lê esse tipo de livros). Então, a história de HON, embora cada livro fale de um curto período de tempo, a história é contada muito vagarosamente, repetindo as mesmas coisas montes de vezes e insistindo nos mesmos assuntos umas mil vezes. Adivinhem só? Isso não acontece em Rubro! Quando revi o Livro fiquei fascinada com o ritmo da história! Ainda nem assimilamos bem uma revelação e estamos a depararmo-nos com outra. Daí eu nunca ter ficado aborrecida quando li o livro. O ritmo não dá hipotese para isso. Juntando isso ao facto da escrita acessível que já referi, penso que já dá para perceber, que os sentimentos são constantes. Eu ri, chorei, gargalhei, fiquei com o coração nas mãos, tive medo, senti aquele friozinho na barriga, as borboletas no estômago… enfim. Simplesmente adorei.
A diversidade que encontramos na história também é um ponto a favor. Há varias espécies sobrenaturais diferente, que enriquecem o enredo. Mas cada personagem em si, também é muito interessante, porque embora a história se passe maioritariamente no Brasil, há outros acontecimentos que ocorreram noutros países, e até as próprias personagens têm diferentes nacionalidades.
Mais uma coisa que me surpreendeu foi o facto da história se passar no Brasil. Maior parte dos escritores mais jovens têm tendência a escrever uma história noutro pais (tipo EUA ou Inglaterra) a Patrícia não. Ela escreveu uma história ‘no pais dela’ onde as personagens falam a mesma língua que ela! Pessoalmente acho que para alem de demonstrar orgulho nas suas origens, a história é muito melhor contada desta forma. Porque uma vez que nós conhecemos os lugares, as descrições tornam-se mais próximas do real possível. E isso faz com que ao passarmos no lugar referido na história, nos lembremos dela e por vezes até dizemos “olha, foi aqui que aconteceu isto ou aquilo.”

Por ultimo, quero mostrar a minha admiração e respeito pelo povo brasileiro. Sou portuguesa, como toda a gente sabe, e fiquei um pouco triste, quando entro no Orkut, que é usado principalmente por brasileiros, e vejo mil e uma comunidades dedicadas a literatura, jovens escritores a divulgarem os seus livros, grupos de tradução livre, que permitem que o facto de algumas pessoas não dominarem tão bem uma língua, não as impossibilite de poder ler uma história como todas as outras. Em Portugal não encontrei disso. Pelo menos ainda. E foi isso que me deixou triste.
Já a união do povo brasileiro causou-me admiração. Eles são unidos, muito unidos e lutam com todas as armas pelo que querem. Em Portugal? Digamos que já ouvi falar muito, mas quando chega a altura de lutar pelas coisas, dão dois ou três passos em frente, depois culpasse o governo por isto e por aquilo e resignamo-nos. Isso entristece. Muito.

E por hoje, é tudo que já escrevi muito!

p.s.: para quem se interessar pela história de Rubro ficam os links:

Blog: sagaevanescente.blogspot.com
Orkut: http://www.orkut.com/Main#Community?cmm=97200069

Créditos: Banner, por Sheron Moreno.

domingo, 10 de outubro de 2010

Recomeçar, detraz para a frente.

A verdade é que sentia falta disto. Não de ter um blog, um fotolog ou algo do género, mas de ter uma pequena janela no mundo. Onde posso 'falar' sobre o que quiser, sem limites, sem regras, sem ser julgada por isso.
Dar a minha opinião, mesmo sem esta me ser pedida. Sim, eu já fasso isso 99% das vezes, mas o que é certo é que aqui posso me alongar o quanto quiser, demorar o tempo que for preciso e ter a certeza que não vou ser interrompida a meio de um raciocinio (por mais absurdo que ele seja) e que quem quizer contestá-lo (se eu mesma não contestar o meu próprio raciocinio , como é costume) poderá faze-lo no fim. Da maneira que quiser e bem lhe apetecer pode dar a sua opinião sobre o que aqui for publicado.

Não vou publicar aqui um livro, pelo menos não um livro tradicional. Não quero fazer disto um diário. Daqui quero apenas poder ligar o computador e escrever sobre qualquer coisa que queira, pois como já disse, aqui não há regras, e se as houver são feitas por mim.
Talvez publique alguns dos meus textos.
Eu sei que deixei o mundo dos blogs devido à publicação desses mesmos textos. Não gosto de ser roubada (penso que ninguem gosta) e usarem algo da minha autoria sem lhe atribuirem os devidos créditos e ainda passarem-se por criadores desse mesmo algo, chateia-me e irrita-me profundamente. Pode ser apenas uma fotografia tirada com o meu telemovel, ou alguma montagem um pouco mais trabalhosa, pode ser um texto ou apenas uma frase. Pode ter levado um ano ou um segundo a ser feito, mas é meu, e assim como eu respeito as criações e propriedades dos outros, gosto que esse respeito seja estendido tambem a mim. Neste blog, não encontrarão nada que não seja da minha autoria sem que esteja devidamente creditado. Por peço pesso que cada vez que usarem algo deste blog (nem que seja apenas o fundo: são as minhas mãos na foto que foi tirada pela minha máquina e cujos contrastes foram manipulados por mim bem como a assinatura da mesma, logo é meu) deixem um comentário a avisar-me e atribuam os devidos créditos. Poupam-me surpresas desagradaveis bem como situações menos adequadas (eu realmente fico irritada), como já aconteceu antes.
Tirando isto, voltam os textos, as crónicas, as frases desligadas de grandes explicações, mas com grande significado (pelo menos para mim), voltam os livros, as criticas (positivas ou negativas) a livros, filmes, músicas, ou assuntos banais do dia-a-dia. Volta a minha liberdade de expersão.

E porquê detraz para a frente? Um pouco confuso não? Mas muitas vezes é nas confusões perfeitamente detalhadas que estão escondidos os desabafos, os gritos silenciosos, as lagrimas não derramadas e as palavras amigas cujas circunstâncias não permitiram que fossem proferidas.
De traz para a frente parece-me uma boa mascara (por vezes temos de usar uma uma, ou nem damos conta que nos escondemos atraz dela), e detraz para a frente tambem me soa bem.

Fiquem bem,
Siri Ahcor (ou detraz pra frente; Iris Rocha).